14.11.09

 

14 de Novembro, 2009

16h:43min.

 

"Querido Diário,

 

Hoje acordei e pensei tal e qual como em todos os outros dias. Pensei que chegaria a casa, abria aquele pequeno caderninho que guardo desde nova e escrevia tudo o que me corria na mente. Mas desta vez foi diferente. Desta vez paralisei e nem uma palavra escrevi. Não conseguia por mais que o quisesse. Perguntei porque é que o faria. Porque é que me impedia a mim mesma de continuar a escrever. Então, li tudo o que tinha escrito até ali, tentando encontrar a minha resposta.

Apercebi-me pela primeira vez que te suportava a páginas e páginas de dor e tudo o resto que ela transporta. Nem um único pensamento positivo.

Tento avançar constantemente, mas vou recuando aos poucos. O motivo pelo qual tenho tanta página de desolação é porque apenas nunca tentei ser feliz. Por medo. Medo de suportar um dia igual a tantos outros, para no fim registá-lo. Medo de ser feliz. Porque no fim tudo pode desmoronar-se outra vez, e então aí voltarei a sofrer. Tal como num ciclo.

A minha mente diz-me constantemente que estou a ser injusta comigo mesma. Talvez seja ela que me impede de avançar com as ideias para o papel. Ela impede-me de dar-te mais uma página vulgar, que em tudo é igual às outras.

Nunca percebi o que tentava transmitir a mim mesma. Injusta? Até que ponto? Até ao ponto de me proibir de ser feliz, a ter apenas um momento de felicidade com medo que tudo caia sobre mim uma vez mais... Não tenho o direito a fazê-lo; a obrigar-me a fazê-lo a mim mesma. Tenho direito apenas a um momento de felicidade. Mesmo que por escassos segundos. Apenas um simples sorriso.

E foi isso que a minha mente me transmitiu. Que aquele era o momento. Era o momento de deixar de ser frágil. Era o momento ideal para começar a ser feliz. Então aí, obrigou-me a sorrir. A revirar as histórias de todas as outras páginas anteriores.

Então agora obrigou-me a rasgar todas as outras páginas e a rescrever-te de novo, para que possas ter brilho outra vez e para que um dia eu saiba que mudei o meu rumo, custasse o que custasse.

Esse dia foi o primeiro dia diferente de todos os outros...

 

Alexandra"

♪♫ a ouvir: Sara Bareilles - Gravity
sinto-me: Frágil.


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